domingo, 29 de maio de 2011

Um encontro inusitado

Por Eduardo Felten
Embora você esteja longe de uma grande pessoa, embora o tempo, a razão, o sentimento, o sofrimento, quando tudo se torna distante, parece que o amor vai-se enviando... Vai acabando. Dá a impressão de que a distância se torna uma barreira entre a metafísica e pouco se sente da presença verdadeira Daquele que nos ama. Vejo que o amor vai-se embora a passos pequenos com o peito apertado e querendo olhar para traz. Mas as feridas e a podridão de quem fica, impedem que a pessoa mais importante da nossa vida não se ausente. E ficamos... Ficamos e mercê das nossas próprias misérias, dos nossos erros, das nossas falhas. E mesmo que o corpo se encontre mutilado por tantas situações que nos obrigamos a passar, acabamos de uma vez por todas vacilando novamente e desistindo de nós mesmos. Fica-se apenas o rosto ferido e putrefato falando baixinho: - volta! Volta porque só tu és capaz de me levantar! Somente a Tua presença me importa e me cura e me lava.


Embora você esteja longe de uma grande pessoa, embora o tempo, a razão, o sentimento, o sofrimento, quando tudo se torna distante, parece que o amor vai-se enviando... Vai acabando. Dá a impressão de que a distância se torna uma barreira entre a metafísica e pouco se sente da presença verdadeira Daquele que nos ama. Vejo que o amor vai-se embora a passos pequenos com o peito apertado e querendo olhar para traz. Mas as feridas e a podridão de quem fica, impedem que a pessoa mais importante da nossa vida não se ausente. E ficamos... Ficamos e mercê das nossas próprias misérias, dos nossos erros, das nossas falhas. E mesmo que o corpo se encontre mutilado por tantas situações que nos obrigamos a passar, acabamos de uma vez por todas vacilando novamente e desistindo de nós mesmos. Fica-se apenas o rosto ferido e putrefato falando baixinho: - volta! Volta porque só tu és capaz de me levantar! Somente a Tua presença me importa e me cura e me lava. Num pequeno instante, no caminho distante, o amor pára . Olha para baixo, suspira e vira o seu corpo à medida que o seu rosto vai se levantando aos poucos em direção do amado. Nesse instante os olhares se cruzam. A misericórdia e a prece verdadeira se misturam de forma que nem um e nem o outro suportam. Uma sensação insuportavelmente boa invade a ambos. Nesses segundos de instantes, passam variadas situações vividas entre Aquele que ama e aquele que é amado, e então se entende o porquê das presenças ali encontradas. Aquele que é amado vê o sentido da sua alma em pé com os olhos fixos em si, e com dificuldade pede que, o que ama, se aproxime. O Amor se aproxima com as expressões de surpresa buscando um entendimento para o ousado pedido. Em Si, imaginava e se surpreendia em ouvir aquele que é amado suplicando a Sua presença. Pensava em todas as vezes que ele se calou e não buscou a Sua presença, e ali naquelas circunstâncias, só pensava em entender as razões de tal atitude.

Já aquele que é amado, se lembrava igualmente da presença não percebida Daquele que ama, e na atual conjuntura, pensava no tempo perdido longe do Amor. Desfalecido pelos erros e arrastando-se na tentativa de se aproximar, sua vontade é que, a presença daquele que Ama, chegasse mais depressa. Parece que as feridas doíam cada vez mais quando o corpo se rastejava desejando a Vida novamente. Mesmo que a dor o consumisse, sentia algo diferente n’Aquele que se aproximava. E parece que o tempo não passava. A poeira dos pés do Amado subia denunciando que agora entendia o que o amado passava. E a poeira feria os olhos e já não conseguia enxergar mais nada. O corpo cansado e moribundo havia parado com as feridas abertas das pedras e da poeira. A consciência ainda era um castigo. Completamente entregue aos erros e os seus pecados, aquele que é amado entrega-se ao cansaço e fica por ali mesmo pensando em todas as oportunidades que teve de não se machucar, de não se ferir, de evitar que as suas cicatrizes abrissem novamente.

Deitado, as esperanças escorriam junto com o sangue que derramava de seu próprio corpo. Como que por um fio, sente algo o envolver por entre os braços. As forças foram traduzidas em suas últimas palavras: “- eu sabia, e sempre tive a certeza que nunca me abandonaria. Eu Te amo!”.

Eduardo Felipe Felten - DF
Âncora da Alma 
efelten@hotmail.com

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