Belém DO Pará, 16 de Agosto
de 2013 (Zenit.org) –

Ao
lado de muitos gestos que revelam as opções pastorais nas quais deseja envolver
a Igreja inteira e têm edificado o mundo, o Papa Francisco tem testemunhado sua
profundidade espiritual, como bom jesuíta. Chama também atenção sua profunda
devoção mariana, expressa em manifestações de religiosidade que tocam no
coração de nosso povo. Apenas eleito Papa, seu primeiro ato público foi a
visita à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para entregar seu pontificado
a Nossa Senhora, onde voltou, após a Jornada Mundial da Juventude. O Brasil
inteiro se viu ali representado, quando depositou sobre o Altar nada menos do
que uma bola de futebol e uma camisa da Jornada! No Brasil, quis visitar o
Santuário Nacional de Aparecida, confiando à proteção de Nossa Senhora os dias
que se seguiram na história viagem ao nosso país. No último dia da Jornada,
quando lhe entreguei uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, era como uma
criança que ganhava um presente, perguntando-me singelamente: "É para
mim?". E beijou a Imagem. As alturas do pontificado são pontes que se
constroem com a simplicidade de gestos e palavras que não precisam de
explicações!
Mais
do que as múltiplas formas com que a arte tem retratado a Virgem Maria, ou os
tantos títulos com que a devoção popular a venera, sua missão há de ser
reconhecida pelo lugar que lhe foi reservado na história da Salvação. O papel
de Maria na Igreja é inseparável de sua união com Cristo, que se manifesta
desde a hora da Concepção virginal de Cristo até sua Morte, Ressurreição e
Ascensão ao Céu. Maria percorreu sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua
união com o Filho até a cruz, onde esteve de pé, sofreu intensamente junto com
ele e associou-se ao seu sacrifício. E foi dada pelo próprio Jesus, aos pés da
Cruz, como mãe ao discípulo com estas palavras: "Mulher, eis aí teu
filho" (Jo 19,26-27). Após a Ascensão de seu Filho, Maria acompanhou com
suas orações a Igreja nascente, pedindo e acolhendo o dom do Espírito, que, na
Anunciação, a tinha coberto com sua sombra (Cf. Catecismo da Igreja Católica
964-965).
Maria
é Mãe da Comunidade que constitui o Corpo místico de Cristo e acompanha os seus
primeiros passos. Ao aceitar essa missão, anima a vida da Igreja com a sua
presença, grande sinal oferecido a todas as gerações de cristãos. Essa
solidariedade vem de sua pertença à comunidade dos remidos. Com efeito, ela
teve necessidade de ser remida, pois está associada a todos os homens
necessitados de salvação (Lumen Gentium 53). O privilégio da Imaculada
Conceição preservou-a da mancha do pecado, em previsão dos méritos de Cristo.
Como membro da Igreja, Maria põe ao serviço dos irmãos a sua santidade pessoal,
fruto da graça de Deus e da sua fiel colaboração. A Imaculada Conceição é para
todos os cristãos apoio na luta contra o pecado e perene encorajamento a
viverem como remidos por Cristo, santificados pelo Espírito e filhos do Pai
(Cf. João II, Audiência geral do dia 30 de julho).
Ao
celebrar com a Igreja, neste final de semana, a Assunção de Nossa Senhora, renove-se
em nós a esperança, na certeza de que a última palavra da história da
humanidade pertence e pertencerá a Deus. Nenhum problema ou crise, ou mesmo os
pecados pessoais ou sociais de quem quer que seja, poderão vencer aquele que é
primeiro e o último, princípio e fim, Nosso Senhor Jesus Cristo.
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